Convenção sem brilho, sem protagonistas do cenário político demonstra a decadência de Robério Oliveira.

Apesar de ter seus direitos políticos suspensos, Robério Oliveira organizou uma convenção modesta neste domingo na sede do partido. O evento foi pequeno e contou com a ausência do governador da Bahia e de figuras relevantes da política local. Serviu mais como um formalismo para demonstrar seu desejo de retornar ao cenário político, após a derrota para Cordélia Torres nas eleições de 2020.

Entretanto, essa tentativa de retorno suscita importantes questionamentos sobre a memória e a percepção dos eleitores em Eunápolis. 

Primeiramente, Robério enfrenta sérios impedimentos legais: seus direitos políticos estão suspensos devido à improbidade administrativa, além de multas, uma prisão e sua participação em diversos processos por corrupção.

Em segundo lugar, ele foi acusado de desviar R$ 200 milhões, um montante que afeta profundamente qualquer comunidade, especialmente uma que já lida com desafios socioeconômicos como os de Eunápolis. A questão que se impõe é: por que ele acredita que os moradores irão esquecer esse passado? Estariam os cidadãos de Eunápolis sofrendo de amnésia? Ou seriam apenas vítimas de um ciclo político onde as mesmas figuras surgem novamente, prometendo mudanças enquanto trazem mais do mesmo? Robério Oliveira parece contar com a falta de memória do eleitorado. Para ele, é conveniente sugerir que o passado deve ser deixado para trás quando sua trajetória é marcada por graves acusações. 

Essa ação carregada de desespero, que chega a desafiar a justiça, pode ser interpretada não só como uma busca por poder individual, mas também como uma tática para salvaguardar interesses da família. Como pode alguém com um passado repleto de acusações e penas pretender retornar ao comando, possivelmente para cometer os mesmos erros? Os mais sábios afirmam que a história deve ser lembrada e que as lições do passado devem orientar as decisões do futuro.