A bacharel Joneuma Silva Neres foi afastada por 30 dias do comando do Conjunto Penal de Eunápolis após uma série de reportagens na imprensa sobre a fuga de 16 detentos que ocorreram no dia 12 de dezembro.
Nossa equipe teve acesso a documentos oficiais e capturas de tela extraídas do celular dela, que mostram suas solicitações para melhorias estruturais. Entre essas demandas estavam a construção de um muro, o aumento do efetivo policial e a capacitação dos funcionários. Tais pedidos foram encaminhados ao superintendente de Gestão Prisional Luciano Teixeira Viana, através do canal direto com o Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, José Castro, durante sua gestão à frente do presídio. Essas reivindicações urgentes voltadas à segurança da unidade não receberam a atenção necessária nem foram atendidas.
Joneuma foi nomeada em 14 de março de 2024 e assumiu oficialmente o cargo em 25 desse mesmo mês. Até o momento da posse dela, já haviam ocorrido 41 fugas desde 2012.
O incidente mais recente envolveu o resgate armado de dois líderes de uma facção criminosa — um deles chamado "Gordura" — realizado por homens armados com fuzis em plena luz do dia e na presença dos monitores em dezembro de 2023.
Outra fuga significativa aconteceu em fevereiro de 2022, quando sete presos perigosos escaparam diante dos monitores através de um buraco no teto da instituição. O episódio mais grave ocorreu em março de 2014, resultando numa rebelião interna que culminou na trágica morte de seis pessoas e deixou vários feridos, além da destruição total da unidade prisional; esse evento teve ampla repercussão nacional.
A redação da Eunanews teve acesso a diversos documentos que evidenciam a falta de atenção por parte do superintendente às suas repetidas solicitações. Por meio do processo SEI enviado ao superintendente Prisional Luciano Teixeira Viana, Joneuma reafirma a extrema urgência e necessidade da construção do muro na unidade.
Quanto às visitas políticas à unidade durante sua gestão, elas ocorreram antes do início das campanhas eleitorais; contudo, esse tipo de presença era comum também nas gestões anteriores. Além disso, esses políticos representavam órgãos governamentais estaduais como a AGERSA e institutos dos direitos humanos, sendo formalizado inclusive em ata assinada.
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