Os parentes dos três jovens desaparecidos em Eunápolis estão profundamente revoltados com o poder público, pois, segundo eles, as polícias civil e militar não tratam esses casos com a mesma urgência que têm quando há envolvimento de agentes das forças policiais ou no episódio recente do ataque aos funcionários do presídio local, que tinha como alvo o diretor da unidade.
Lindinalva Santos, mãe de Weverton Santos, motorista de aplicativo sequestrado, assassinado e esquartejado por membros de uma facção criminosa na cidade, tem reforçado essa reclamação durante todas as manifestações realizadas para buscar o corpo do filho.
Familiares do eletricista Gustavo — também sequestrado e supostamente morto por criminosos — participaram do protesto exigindo mais ações e resultados por parte da polícia local. "Nos sentimos impotentes. Até agora, nenhuma resposta do poder público. Preciso de justiça. Quero enterrar meu filho com dignidade. Se fosse policial ou filho de alguém importante, já teriam encontrado o corpo. Mas meu filho preto e morador da favela não recebe a mesma atenção ou tratamento. Só quero respostas, se fosse policial ou alguém importante, até o BOPE já teria vindo à cidade. Quero justiça e o corpo do meu filho", afirmou.
Nas redes sociais, os internautas relembraram a grande operação realizada anteriormente e seus desdobramentos após uma emboscada contra policiais na madrugada de 13 de abril no bairro Alecrim. Outros usaram o ataque ao diretor do presídio desta semana para criticar a postura da polícia: "100 policiais nas ruas em operação hoje; quantos estavam envolvidos na semana passada para prender os assassinos e encontrar os corpos dos três jovens sequestrados pela facção?"
Mín. 17° Máx. 25°