Enquanto a população enfrenta escolas com estrutura precária, postos de saúde sem insumos e ruas que mais parecem cenários de rali, a Prefeitura de um município do Extremo Sul da Bahia decidiu inovar: transformou-se em centro de distribuição de empregos Fakes— com forte tempero eleitoral.
Segundo apuração exclusiva, pelo menos duas dezenas de nomes recheiam folhas de pagamento da gestão municipal, ocupando cargos bem remunerados, mas, curiosamente, sem deixar rastros de produtividade. Salários? Até R$ 6 mil por mês — valor mais difícil de achar no município do que dentista público.
A mecânica do esquema é simples e eficiente:
Aliados políticos garantem vaga para parentes e cabos eleitorais fiéis;
Vereadores da aliados, ganharam repentinamente cargos ou indicaram “assessores” que ninguém vê trabalhar;
Críticos da gestão, depois de “contratados”, misteriosamente sumiram das redes sociais e das sessões da câmara.
“É um milagre administrativo. Gente que antes não podia nem ver o prefeito agora jura lealdade eterna e ainda sai na foto”, comentou, em tom de deboche, um servidor concursado que trabalha dobrado para cobrir os “colegas fantasminhas”.
A reportagem teve acesso a uma pré-lista recheada de nomes que aparecem na folha, mas não aparecem no prédio da prefeitura. Há quem esteja lotado em setor que nem existe oficialmente — ou que, segundo funcionários, só abre “quando precisa justificar alguma coisa”.
Enquanto isso, serviços essenciais agonizam:
Segundo especialistas, o uso da estrutura pública para consolidar apoio político pode configurar improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e atentado ao bom senso.
E tudo isso às vésperas da eleição municipal, quando os apoios passam a ter “preço de tabela” e os cargos viram moeda. A prefeitura virou um grande balcão de favores, onde cada nome nomeado tem uma função muito clara: garantir silêncio, palanque e ruas cheias de gente gritando os nomes e com as bandeiras de aliados do gestor.
E como toda bomba mal armada, essa ameaça estourar — seja pela Justiça, seja pela urna. Resta saber o que vai explodir primeiro: o esquema ou a paciência do povo.
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