Em uma movimentação que escancara mais uma vez como a política, muitas vezes, ignora critérios técnicos em prol de interesses eleitorais, a Câmara de Vereadores de Eunápolis votou, nesta quarta-feira (18), pela reprovação das contas de 2022 da ex-prefeita Cordélia Torres, contrariando o parecer técnico do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que havia aprovado as mesmas contas.
Por 13 votos a 3 e uma abstenção, a maioria dos vereadores — muitos sem qualquer formação técnica na área de finanças públicas ou administração — desconsiderou a análise criteriosa realizada pelo TCM, órgão que, por lei, tem a competência de avaliar os números, a legalidade, a gestão fiscal e o uso dos recursos públicos.
A decisão tem um peso político claro: tornar Cordélia Torres inelegível e, consequentemente, tirá-la do jogo eleitoral. Uma estratégia que deixa uma pergunta inevitável no ar: ➡️ A quem interessa essa jogada? Quem se beneficia, de fato, com Cordélia fora das urnas?
Nos bastidores, o que se comenta é que o jogo não é apenas jurídico ou contábil — é, sobretudo, eleitoral e estratégico. Afinal, se as contas foram tecnicamente aprovadas pelo TCM, o que move uma decisão contrária senão a vontade de enfraquecer um determinado grupo?
A manobra, embora política, levanta um debate mais profundo sobre o papel das câmaras municipais, muitas vezes usadas como palco de disputas pessoais travestidas de fiscalização.
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