Durante sessão na Câmara Municipal de Eunápolis, o vereador Rogério Astória fez um discurso contundente ao expressar sua preocupação com a dependência do Legislativo em relação ao Poder Executivo, algo que, compromete diretamente o desenvolvimento da cidade e a independência dos poderes.
Em um tom crítico, o parlamentar questionou a postura dos colegas, que, na sua avaliação, têm se limitado a aprovar, de forma apressada e sem o devido debate, tudo o que o Executivo encaminha para votação.
“Será que aprovar tudo no calor da emoção e às pressas é o caminho certo para construirmos uma cidade justa, com serviços públicos eficientes e de qualidade?”, disparou Astória da tribuna.
A crítica do vereador revela uma realidade incômoda: a aparente submissão da maioria dos vereadores aos interesses do Executivo, ignorando muitas vezes o dever constitucional de fiscalizar, questionar e deliberar com responsabilidade sobre os projetos e decisões que impactam diretamente a vida da população.
A falta de autonomia e de debate aprofundado nas votações não apenas enfraquece o Legislativo, como também abre espaço para a falta de transparência, o uso político da máquina pública e decisões que nem sempre atendem ao interesse coletivo.
O alerta de Rogério Astória expõe uma ferida antiga da política local: uma Câmara que, em vez de atuar de forma independente e em defesa dos interesses do povo, muitas vezes se comporta como mero departamento de homologação dos desejos do Executivo, fragilizando a democracia, os processos legislativos e, principalmente, os direitos da população de Eunápolis.
Astória ainda fez um apelo para que os colegas reflitam sobre a verdadeira missão de um vereador, que não é apenas votar projetos, mas, sobretudo, analisar, fiscalizar, propor e ser a voz da sociedade dentro da Casa Legislativa.
O episódio acende um sinal de alerta e reforça a necessidade urgente de uma Câmara mais atuante, independente e comprometida com o interesse público — e não apenas com interesses políticos
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