Prefeita de Eunápolis é acusada de pressionar servidores a comparecerem à convenção do União Brasil

Identificada como uma possível prática de coação eleitoral, a prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres, do União Brasil, está convocando todos os servidores das secretarias municipais, especialmente os contratados e ocupantes de cargos comissionados, para que compareçam à sua convenção partidária e dos partidos aliados, vestindo roupas amarelas. Cada secretário foi solicitado a trazer pelo menos 30 pessoas para preencher o espaço.

A convenção do União Brasil está agendada para esta quinta-feira (01/08) no auditório de um hotel localizado no Bairro Dinah Borges, na cidade. A prefeita busca demonstrar sua força política e ameaça punir aqueles servidores que não atenderem ao seu pedido.

Nesta semana, Cordélia Torres divulgou uma lista com demissões de servidores que foram indicados a pedido de um vereador. Essa decisão ocorreu em decorrência da participação do vereador aliado dela em uma convenção partidária de outra pré-candidata na cidade de Porto Seguro.

Um áudio de um servidor que preferiu não se identificar por medo de represálias revela que Paulo Dapé, marido da prefeita e secretário da Casa Civil, utilizou sua posição para emitir uma circular interna na qual obriga os secretários a comparecerem ao evento e lotarem o espaço com outras pessoas.

“É dever de cada um de vocês retribuir a nomeação com suas presenças e apoio à nossa Cordélia”, teria afirmado.

Além disso, foi distribuído um pequeno panfleto com orientações sobre o uso de blusas amarelas e até momentos específicos em que a prefeita deveria ser aplaudida. Outra pessoa encarregada das instruções mencionou em um áudio que o esposo da prefeita solicitou aos servidores que vestissem camisetas amarelas.

Caso isso seja confirmado, essa forma de pressão sobre os funcionários pode ser considerada um ato de improbidade administrativa.